"Não são fantasmas ou devaneios subjetivos: não se trata de imitar o cavalo, de se 'fazer' de cavalo, de identificar-se com ele, nem mesmo de experimentar sentimentos de piedade ou simpatia. Não se trata tampouco de analogia objetiva entre os agenciamentos. Trata-se de saber se o pequeno Hans pode dar aos seus próprios elementos, relações de movimento e repouso, afectos que o fazem devir cavalo, independentemente das formas e dos sujeitos. (...) E não é um sentimento de piedade, precisa ele, menos ainda uma identificação; é uma composição de velocidades e de afectos entre indivíduos inteiramente diferentes, simbiose, e que faz com que o rato se torne um pensamento no homem, um pensamento febril, ao mesmo tempo que o homem se torna rato, rato que range os dentes e agoniza. (...) É preciso que eu consiga dar às partes do meu corpo relações de velocidade e lentidão que o façam tornar-se cachorro num agenciamento original que não procede por semelhança ou analogia".
Gilles Deleuze e Félix Guattari - Mil Platôs (Vol. 4)
2 comentários:
http://ciclotrons.blogspot.com.br/2011/09/ciclotrons.html
Namastê!
que didático!
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