Curso de Campo - Kayapó

“Conservação, Vida Social e Desenvolvimento entre o Povo Indígena Kayapó do Sudeste da Amazônia”


Objetivo Geral do Curso


O curso de campo, aqui proposto, é resultado de uma parceria entre a Associação Floresta Protegida (AFP) – organização indígena que representa oito comunidades da etnia Kayapó – a Universidade de Brasília (UNB) e a Universidade de Maryland (UM), e tem os objetivos de (1) servir à comunidade Kayapó de A´Ukre como uma alternativa sustentável de geração de renda e de (2) capacitar estudantes universitários em temas relevantes para a conservação de diversidade biológica e cultural da Amazônia, através de uma experiência de vivência na aldeia Kayapó de A´Ukre, na reserva do Pinkaiti e na região das cidades de Marabá, Tucumã, São Felix do Xingu e Belém.

Introdução e Histórico

Os territórios Kayapó, localizados nos estados do Pará e Mato Grosso, fornecem um exemplo impressionante da eficácia da organização indígena e de parcerias estratégicas na criação de uma barreira efetiva à onda de desmatamento e incêndios que varre o sudeste da bacia amazônica. Os índios Kayapó, grupo que depende da floresta para sua sobrevivência física e cultural, tem trabalhado para proteger seus territórios de invasões e desmatamentos desde os primeiros contatos com forasteiros, há cerca de cinqüenta anos. Desde a demarcação de suas terras, as comunidades Kayapó da Terra Indígena Kayapó tem afirmado e defendido ativamente seus direitos sobre a terra e a expansão da fronteira, protegendo seus territórios de grilagens, invasões para a prática da pecuária, garimpo e exploração madeireira. Recentemente, a Associação Floresta Protegida vem buscando apoio de organizações governamentais e não governamentais visando atender duas principais demandas das comunidades Kayapó que representa: apoio nas atividades de proteção e monitoramento das fronteiras e apoio na implementação de atividades sustentáveis de geração de renda que sejam compatíveis com as capacidades locais destas comunidades. Apesar do envolvimento dos Kayapó na exploração de mogno, durante as décadas de 80 e 90, hoje seus territórios representam uma efetiva barreira ao avanço do desmatamento associado à pecuária, agricultura, e à atividade madeireira.

O curso representa uma oportunidade extraordinária para os estudantes brasileiros e estrangeiros de vivenciar a conservação indígena em uma escala de paisagens múltiplas, bem como de conhecer as iniciativas da AFP para fortalecer a autonomia dos Kayapó na proteção e gestão sustentável de seus territórios.

A AFP tem recebido apoio de três organizações socioambientais, a Conservação Internacional, a Environmental Defense Fund (Fundo de Defesa Ambiental) e a International Conservation Fund of Canada (Fundo Internacional de Conservação do Canadá), para apoiar os Kayapó nas atividades de proteção territorial e para o desenvolvimento sustentável de suas comunidades. Desta forma, pretende-se garantir às comunidades Kayapó a continuidade do papel que tem desempenhado como os principais protetores das florestas altamente ameaçadas do sudeste da Amazônia. Em colaboração com a FUNAI, a AFP vem trabalhando com os Kayapó para: 1) fortalecer o monitoramento e o controle de seus territórios, 2) promover a autonomia econômica baseada no manejo sustentável de recursos florestais não-madeireiros e na condução de projetos educativos, como o curso aqui proposto, assim como (3) estimular projetos de resgate, valorização e manutenção de conhecimentos e práticas tradicionais.

Entre 1990 e 2002, sem o apoio necessário do governo e de outras organizações, os Kayapó se tornaram vulneráveis às pressões econômicas exercida por atores externos e se envolveram na exploração predatória de mogno e ouro. Uma década de atividades ilegais e predatórias deixaram as comunidades Kayapó com malária e severamente enfraquecidas politicamente por disputas internas. Pelo fato de os territórios Kayapó representarem um dos últimos grandes estoques de madeira da região sudeste do Pará, as comunidades Kayapó estão constantemente sob pressão de madeireiros, na maioria dos casos exploradores ilegais de madeira. Em face da crescente pressão da sociedade envolvente sobre os recursos naturais dos territórios Kayapó, a conservação dos mesmos depende da capacidade de suas comunidades em protegê-los, assim como da disponibilidade de alternativas econômicas sustentáveis às atividades de grande impacto social e ambiental que predominam nesta região. Espera-se que a organização coletiva e os regimes Kayapó de manejo dos recursos comuns – juntamente com incentivos adequados e parcerias de longo prazo com organizações governamentais e não governamentais – possam fortalecer as comunidades Kayapó e permitir que suas principais demandas sejam atendidas.

Essas parcerias têm contribuído para diminuir a incidência de invasões, reduzir os incentivos à venda ilegal de madeira e fortalecer o sistema de proteção territorial das comunidades Kayapó. Desta forma, acreditamos ser este um momento importante e valioso para a realização de visitas por estudantes de disciplinas ambientais e sociais para conhecer essas iniciativas.

O curso de campo aqui proposto representa uma tentativa de oferecer à comunidade Kayapó de A´Ukre uma alternativa sustentável de geração de renda às atividades ilegais predatórias (extração madeireira e de ouro) praticadas por terceiros em suas terras. A primeira atividade econômica sustentável estabelecida com uma comunidade Kayapó na Terra Indígena Kayapó foi a “Reserva e Estação de Pesquisas do Pinkaiti”, criada em 1992 no território da aldeia A’Ukre com o apoio da Conservação Internacional. O objetivo da estação de campo era prover à comunidade de A’Ukre uma alternativa econômica à exploração do mogno, que pudesse gerar uma renda sustentável para a comunidade por meio da preservação da floresta e repartição igualitária dos benefícios. A reserva do Pinkaiti foi estabelecida a pedido da comunidade de A’Ukre, para preservar uma população de mogno não explorada em uma área de cerca de 8.000 hectares.

A partir de 1993, a reserva e estação de pesquisas do Pinkaiti, localizada 15 km a montante da aldeia, recebeu uma variedade de visitantes e pesquisadores autorizados a trabalhar naquela área de floresta primária. Embora o número de visitantes e pesquisadores fosse sempre baixo, havia atividade suficiente para gerar benefícios para a comunidade na forma de taxas de ingresso e emprego remunerado de assistentes Kayapó que auxiliavam os pesquisadores. Além da renda, o funcionamento da estação de pesquisas tem gerado outros benefícios significativos para a comunidade, resultado do processo de aprendizado mútuo entre índios Kayapó e pesquisadores, incluindo a capacitação de índios Kayapó como guias e assistentes de campo e uma melhor compreensão do funcionamento da sociedade brasileira. Os benefícios sustentáveis gerados pelo projeto, com base em atividades de pesquisa e educação, convenceram a comunidade de A´Ukre a proteger a reserva do Pinkaiti da exploração de mogno (Swietenia macrophylla), mesmo quando uma antiga liderança de A´Ukre tentou convencer a comunidade a explorar as matrizes de mogno localizadas dentro da reserva, na década de 1990. Atualmente, a reserva do Pinkaiti apresenta uma das últimas populações não exploradas de mogno de todo o sul do Pará.

Devido, principalmente, aos altos custos das viagens à aldeia A´Ukre e base de pesquisas, que dificultam o acesso de pesquisadores e estudantes brasileiros e estrangeiros, as atividades na reserva do Pinkaiti diminuíram significativamente a partir de 2004. Essa queda nas atividades tem comprometido a iniciativa de desenvolvimento sustentável da comunidade de A´Ukre, a qual tem representado uma forma construtiva de desenvolvimento e aprendizado e garantido o não envolvimento desta comunidade em atividades predatórias, como a exploração ilegal de madeira.

Como tentativa de re-estabelecer a reserva do Pinkaiti como um mecanismo de geração de benefícios para a comunidade de A´Ukre, em 2007, um grupo de estudantes da Universidade de Maryland foi convidado por essa comunidade e autorizado pela FUNAI a visitar a aldeia e a reserva. O grupo teve a oportunidade de conhecer um pouco do cotidiano da aldeia e da reserva do Pinkaiti, sempre acompanhado por guias Kayapó. Esta visita foi considerada um sucesso, tanto pelos estudantes quanto pela comunidade Kayapó de A´Ukre. A avaliação dos estudantes sobre a viagem demonstrou que a experiência vivenciada pelo grupo foi única e extremamente enriquecedora. Na perspectiva da comunidade, o curso ofereceu uma oportunidade positiva para geração de renda e intercâmbio cultural. Com base nos resultados desta visita piloto, a comunidade de A’Ukre, juntamente com a organização Kayapó que a representa, a Associação Floresta Protegida, busca ampliar essa experiência e atingir o mercado nacional e internacional para cursos de campo universitários. Os profissionais envolvidos na organização desta iniciativa acreditam que cursos de campo desta natureza, se bem planejados, terão uma interferência mínima no cotidiano da comunidade de A´Ukre, pois serão oferecidos para um número reduzido de alunos (mínimo de 8 e máximo de 15 alunos), por períodos curtos (máximo de duas semanas), sendo a maior parte do curso desenvolvida distante da aldeia, na reserva do Pinkaiti (localizada cerca de 13 km à sudoeste da aldeia A´Ukre, a jusante da mesma). Além disso, essa iniciativa pretende ser uma atividade acadêmica sem objetivos científicos de coleta de informações, cuja principal finalidade, além de gerar renda para a comunidade de A´Ukre, é oferecer aos participantes a oportunidade de vivenciar a realidade de uma comunidade indígena em seu território e discutir diversos temas relevantes para a conservação da biodiversidade biológica e cultural da Amazônia. Os conhecimentos que serão abordados durante o curso estão disponíveis na literatura antropológica, ecológica e da biologia da conservação e o que será transmitido pelos professores não-indigenas consiste em informações, portanto, já publicadas. Os assuntos que serão abordados por eles, assim como pelos professores Kayapó, foram pré-definidos com os organizadores do curso, a partir de um diálogo direto com lideranças e especialistas da comunidade, de modo a não expor temas como uso de plantas medicinais e outros temas sensíveis do conhecimento tradicional Kayapó.

Por fim, acreditamos que uma experiência como esta pode ser uma excelente maneira de sensibilizar os participantes do curso, composto exclusivamente de estudantes universitários, para que sejam futuros colaboradores das iniciativas dos Kayapó.

A Associação Floresta Protegida, em parceria com a Universidade de Brasília (UNB) e a Universidade de Maryland (EUA) propõem assim desenvolver e implementar, em colaboração com a Coordenação Geral de Estudos e Pesquisas da FUNAI, um curso de campo internacional em conservação e desenvolvimento, baseado no território da comunidade Kayapó de A’Ukre e na reserva e estação de pesquisas do Pinkaiti, também localizada em seu território. O curso, intitulado “Conservação, Vida Social e Desenvolvimento entre o Povo Indígena Kayapó do Sudeste da Amazônia” será oferecido, anualmente, para um grupo mínimo de 8 e máximo de 15 alunos, incluindo dois alunos da Universidade de Brasília. Os alunos brasileiros que participarão do curso – um aluno do programa de graduação e um aluno do programa de pós-graduação em Antropologia – serão selecionados por um comitê composto por docentes do Departamento de Antropologia da UNB.

Objetivos e metas

O curso de campo, aqui proposto, tem dois principais objetivos: (1) oferecer à comunidade Kayapó de A´Ukre uma alternativa sustentável de geração de renda às atividades predatórias praticadas em seu território; (2) e capacitar estudantes universitários em temas relevantes para a conservação de diversidade biológica e cultural da Amazônia, através de uma experiência de vivência na aldeia Kayapó de A´Ukre, na reserva do Pinkaiti e na região das cidades de Tucumã, Marabá e Belém.

Metas do objetivo 1:

• Gerar entre US$ 3.200,00 e 5.200,00 para a comunidade de A´Ukre por curso de campo realizado, através do pagamento da taxa de US$ 400,00 por cada um dos alunos estrangeiros (8-13 alunos). Os alunos estrangeiros subsidiarão a participação de dois alunos brasileiros da Universidade de Brasília, os quais terão apenas que arcar com as despesas de deslocamento de Brasília até Marabá (PA). Todas as demais despesas dos alunos brasileiros serão custeadas pelos alunos estrangeiros;
• Oferecer de um a, no máximo, dois cursos por ano;
• Gerar renda extra para a comunidade de A´Ukre através da venda de artesanato não plumário para os participantes dos cursos e da remuneração de monitores Kayapó.

Metas do objetivo 2:

• Capacitar anualmente um a dois grupos de 8 a 15 estudantes universitários;
• Oferecer aos dois alunos brasileiros uma oportunidade de conhecer uma comunidade Kayapó e adquirir conhecimentos de profissionais com longa experiência de trabalho com essa etnia. Alem disso, os alunos brasileiros terão a oportunidade de realizar uma apresentação aos demais alunos sobre um tema relevante para o curso, contribuindo tanto para o curso quanto para o desenvolvimento de diversas habilidades exigidas nos cursos de graduação e pós-graduação (capacidades de organizar informações e expô-las de forma clara e para o público).

Esse curso foi planejado para oferecer aos alunos uma experiência multidisciplinar através da abordagem de temas de diversas disciplinas acadêmicas e da exposição a uma variedade de realidades e atores da região amazônica. Os estudantes terão oportunidade de conversar tanto com os biólogos e antropólogos organizadores do curso quanto com os administradores de ONGs locais, regionais e internacionais, os Kayapó e os moradores das cidades do Tucumã e São Felix do Xingu e arredores. Assim, espera-se que os alunos sejam capazes de analisar a relação homem-natureza de forma multidisciplinar e compreender: 1) a dinâmica sócio-econômica da fronteira amazônica e as principais causas do desmatamento; 2) os principais processos ecológicos das florestas tropicais, as potencialidades e limites para o uso da biodiversidade e 3) a realidade de uma cultura indígena dependente da floresta e os desafios para a conservação de seus territórios e de sua cultura no século XXI. Desta forma, o curso aqui proposto é uma atividade exclusivamente de ensino e educação, durante a qual não serão conduzidas quaisquer atividades de pesquisa e não será coletado qualquer material biológico. As peças de artesanato que forem compradas pelos participantes do curso dos membros da comunidade de A´Ukre não poderão conter qualquer estrutura de origem animal, como penas, ossos e dentes, o que é proibido pela legislação brasileira.

Metodologia

O curso será desenvolvido em três módulos. O primeiro módulo será desenvolvido nas cidades de Belém, Marabá e Tucumã. O segundo módulo será desenvolvido na aldeia A´Ukre e o terceiro na reserva do Pinkaiti. Cada aluno passará de dois a quatro dias na aldeia e de oito a dez dias na reserva do Pinkaiti. Na aldeia os alunos serão acompanhados por antropólogos e instrutores Kayapó e aprenderão sobre a cultura Kayapó e a vida cotidiana na aldeia, incluindo as principais atividades de subsistência (cultivo de roças, caça, pesca, coleta de produtos florestais), as atividades de lazer, a confecção de artesanatos, a ornamentação e pintura corporal, a cosmologia e vida cerimonial e a organização social Kayapó. Na reserva do Pinkaiti, os alunos serão acompanhados por doutores em ecologia amazônica e instrutores Kayapó e aprenderão sobre vários temas de ecologia e conservação da floresta Amazônica, incluindo a distribuição e diversidade de espécies, a ciclagem de nutrientes, interações planta-animal, predação e dispersão de sementes, dinâmica de regeneração de clareiras, expansão da fronteira de colonização na Amazônia, controle territorial pelos Kayapó, o papel das agências governamentais brasileiras e das ONGs no fortalecimento da autonomia indígena.

A longa experiência que alguns dos organizadores deste curso têm com os Kayapó, em particular com a comunidade de A´Ukre, permite que o curso seja desenvolvido de acordo com a realidade local, aproveitando potencialidades e respeitando limites. Além disso, a expertise antropológica dos professores das Universidades de Brasília e de Maryland, especialmente da Dra. Marcela Coelho de Souza, especialista em etnologia dos povos de língua Jê, agrega contribuições indispensáveis para mediar de forma sensível a interação entre os participantes do curso e a comunidades Kayapó de A´Ukre.

Conteúdo do Curso

No primeiro módulo, que será desenvolvido nas cidades de Tucumã, São Felix do Xingu e arredores, serão abordados os seguintes temas:

• expansão da fronteira de colonização na Amazônia;
• histórico da região (ciclos econômicos);
• perfil dos colonos e principais atividades econômicas da região;
• presença indígena nas cidades.

No segundo módulo, que será desenvolvido na aldeia de A´Ukre, serão abordados os seguintes temas:

• etnologia dos Mebengokré;
• atividades de subsistência (cultivo de roças, caça, pesca, coleta de produtos florestais);
• artes e atividades de lazer;
• cosmologia e vida cerimonial;
• ornamentação e pintura corporal (métodos e significados);
• organização social (divisão do trabalho; parentesco; classes de idade; organização da aldeia).

No terceiro módulo, que será desenvolvido na reserva do Pinkaiti, serão abordados temas relacionados à conservação e desenvolvimento, assim como temas relativos à ecologia da Floresta Amazônica:

• controle territorial pelas comunidades Kayapó;
• o ciclo do ouro e do mogno nos territórios Kayapó;
• causas do desmatamento e ameaças ao território e a cultura Kayapó;
• a demanda por alternativas de geração de renda: potencialidades e desafios;
• o papel das organizações governamentais e não governamentais na ajuda aos Kayapó para protegerem suas terras e culturas;
• diversidade de species;
• ciclagem de nutrients;
• interações planta-animal;
• predação e dispersão de sementes;
• dinâmica de regeneração de clareiras;
• impactos do desmatamento.

Cronograma

Os participantes do curso viajarão de van para Tucumã a partir de Belém. Tucumã é uma típica cidade amazônica de fronteira, onde a pecuária é a principal atividade econômica. Tucumã é a cidade base para atendimentos médicos para a maioria das comunidades Kayapó da Terra Indígena Kayapó, incluindo A’Ukre, e é, também, onde se localiza o Núcleo de Apoio da Funai, que atende diversas comunidades Kayapó da região. Em Tucumã também está localizada a sede da Associação Floresta Protegida (AFP), organização indígena que representa oito comunidades da etnia Kayapó. Além de participar do planejamento, a AFP coordenará a logística (hotel, táxi aéreos, suprimentos, barcos, guias e tradutores Kayapó) e serviços de apoio (cozinha, infra-estrutura de campo) para a realização do curso de campo. O acesso à comunidade de A´Ukre será feito através do frete de aeronaves que partirão do aeroporto da cidade de Ourilândia do Norte, localizada a apenas 8 km de Tucumã.

Os estudantes passarão a maior parte do tempo (oito dias) na reserva e estação de pesquisas do Pinkaiti, localizada 15 km a montante da aldeia de A’Ukre. Os instrutores do curso são dois doutores em ecologia amazônica (Barbara Zimmerman e Adriano Jerozolimski, coordenador da AFP), três doutoras em antropologia (Janet Chernela, da Universidade de Maryland, Laura Zanotti da Universidade de Washington e Marcela Coelho de Souza, da UNB) ), auxiliados por um doutorando em antropologia pela UNB, Diego Soares e uma doutoranda em ecologia pelo INPA, Maria Beatriz Nogueira. Cada estudante passará quatro dias na aldeia de A’Ukre, aprendendo sobre a cultura Kayapó e vida cotidiana em companhia de antropólogos. Além dos professores, todas as atividades em ambos os locais ocorrerão com guias, instrutores e tradutores Kayapó. Para reduzir os impactos negativos da permanência na aldeia, as visitas à aldeia serão feitas em grupos de cinco alunos.

14 de julho

• Viagem para Belém do Pará

15 e 16 de julho

• Visitas ao Museu Paraense Emílio Goeldi, Jardim Botânico, Exposições Zoológicas e Antropológicas
• Visita aos Mercado do Ver-o-Peso
• Introdução à Região Amazônica: história, biogeografia e antropologia

17 de julho

• Viagem de van para Tucumã
• Chegada em Tucumã
• Discussão sobre paisagens alteradas pelo homem; impactos ambientais e sociais e conservação
• Introdução à biota Amazônica Introduction e interações ecológicas
• Introdução à antropologia Kayapó
• Discussão: Paisagens antrópicas na fronteira amazônica; causas; impactos e conservação.

18 de julho

• Orientações gerais sobre a visita ao território da comunidade Kayapó de A´Ukre
• Seminários sobre Turismo cultural: papéis, ética, comportamento

19 de julho

• Viagem aérea para a comunidade de A´Ukre, Terra Indígena Kayapó
• Reunião na casa dos homens para apresentação do grupo aos caciques e à comunidade;
• Viagem pelo rio até a Base de pesquisas do Pinkaiti;
• Montagem dos barracões para alojamento e organização do acampamento.

19 – 29 de julho - Comunidade de A´Ukre e Estação de pesquisas do Pinkaiti

Estação de Pesquisa do Pinkaiti (10 dias, cada estudante);

• Observação e aprendizado sobre aspetos da ecologia de uma floresta tropical: excursões com guias Kayapó e os biólogos A. Jerozolimski e B. Zimmerman.
• Discussões sobre tópicos variados com os Kayapó, incluindo as experiências que viveram durante os ciclos do ouro e do mogno em seus territórios, as atividades de proteção territorial e as alternativas de geração de renda.

A’Ukre (5 dias, cada estudante)

• Introdução ao artesanato, estética, corpo e sistemas de significado Kayapó (instrutores
Kayapó), acompanhados pelos antropólogos Diego Soares (Universidade de Brasília) e L. Zanotti (Univ. de Washington).
• Sistema Kayapó de classes de idade.
• Divisões de papéis entre os gêneros.
• Observação do cultivo da roça, da rotina Kayapó.

30 de julho

• Feira para a compra de artesanato.
• Partida da reserva Kayapó de táxi aéreo.
• Retorno à Tucumã, Hotel D’Oro.
• Discussão sobre a visita aos Kayapó.

31 de julho

• Folga para descanço

1 de agosto

• Introdução às ameaças econômicas à sobrevivência da floresta.
• Continuação sobre a visita à comunidade de A´Ukre.
• Introdução à dinâmica de ocupação do sudeste Amazônica: ameaças às florestas e às populações tradicionais.
• Preparação das apresentações finais

2 de agosto

• Dinâmicas e interdependências dos grupos indígenas com produtos industrializados em termos sociais e econômicos
• A visão de residentes locais, não-indígenas, sobre a floresta e os povos indígenas.
• Seminario, reflexões e discussão sobre a viagem.

3 de agosto

• Retorno dos participantes americanos para os Estados Unidos

Fontes de Financiamento

Os alunos que farão o curso através da Universidade de Maryland serão responsáveis por todas as suas despesas de viagem e também subsidiarão a maior parte das despesas dos dois alunos da UNB. Cada aluno estrangeiro também pagará a comunidade de A´Ukre uma taxa de US$ 400,00. Os dois alunos da Universidade de Brasília terão que arcar apenas com os custos do deslocamento até a cidade de Marabá, sendo o restante de suas despesas subsidiado pelos alunos estrangeiros.

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Bibliografia recomendada

Este curso está dividido em três partes: (1) urbanização e desenvolvimento na Amazônia; (2) Ecologia de Florestas Tropicais e conservação da Amazônia; e (3) povos indígenas na Amazônia. Cada parte terá um grupo específico de professores e instrutores, assim como uma bibliografia específica. O curso será iniciado na cidade de Belém do Pará, passará para a Estação de pesquisas do Pinkaiti e para a aldeia A´Ukre e terminará na cidade de Marabá.

Os estudantes americanos matriculados na disciplina ANTH 495 ou LASC 448 terão que ler a bibliografia recomendada; escrever um ensaio sobre cada uma das três partes do curso assim como um ensaio final abordando um assunto em aberto relacionado à experiência da viagem. Os ensaios serão iniciados durante a viagem e concluídos após o término da mesma, sob a coordenação dos Professores Chernela e Zanotti. As avaliações serão feitas com base nos ensaios escritos. Será fornecido aos estudantes um dossiê eletrônico contendo todos os textos exigidos para a leitura.

Parte I: Urbanização da Amazônia e os projetos de desenvolvimento de grande porte
Esta parte do curso será ministrada em Belém do Pará. Instrutora: Janet M. Chernela

Chernela, Janet (2000) "The Greening of Urban Manaus: Globalization, Labor and Environment in the Brazilian Amazon, Hemisphere 9(2)18-21. Hemisphere 9(2) 18-21.

The Economist. (2010) Power and the Xingu: A huge Amazon hydropower project shows how hard it is to balance the demands of the environment and of a growing and prospering country. April 22.

Fearnside, Philip (2008) Avança Brasil: Environmental and Social Consequences of Brazil’s Planned Infrastructure in Amazonia. Environmental Management Vol. 30, No. 6, pp. 735–747

Schmink, Marianne and Charles H. Wood. (1984). Frontier Expansion in Amazonia. Gainesville: University of Florida Press (second edition 1990). [*Selections]

Schmink, Marianne and Charles H. Wood. (1992). Contested Frontiers in Amazonia. New York: Columbia University Press. [*Selections]

Parte II: Ecologia de Florestas Tropicais e Conservação da Amazônia
Esta parte do curso será ministrada na Estação Ecológica do Pinkaiti. Instrutores: Adriano Jerozolimski e Maria Beatriz N. Ribeiro.

*Aldrich, S. P., Robert T. Walker, Eugenio Y. Arima, Marcellus M. Caldas. (2006). Land-Cover and Land-Use Change in the Brazilian Amazon: Smallholders, Ranchers, and Frontier Stratification. Economic Geography 82:265-288.

Grogan, J., , Stephen B. Jennings, R. Matthew Landis, Mark Schulze,, J. d. C. A. L. Anadilza M.V. Baima, Julian M. Norghauer,, F. P. L. Rogerio Oliveira, Diane Pinto, Jose Natalino M. Silva,, and B. L. Z. Edson Vidal. (2008). What loggers leave behind: Impacts on big-leaf mahogany (Swietenia macrophylla) commercial populations and potential for post-logging recovery in the Brazilian Amazon. Forest Ecology and Management 255:269-281.

Matricardi, E. A. T., D. L. Skole, M. A. Cochrane, M. Pedlowski, and W. Chomentowski. (2007). Multi-temporal assessment of selective logging in the Brazilian Amazon using Landsat data. International Journal of Remote Sensing 28:63-82.

*Moutinho, P., and S. Schwartzman. (2005). Tropical Deforestation and Climate Change. IPAM and Environmental Defense.

*Nepstad, D., S. Schwartzman, B. Bamberger, M. Santilli, D. Ray, P. Schlesinger, P. Lefebvre, A. Alencar, E. Prinz, Greg Fisk, and Alicia Rolla. (2006). Inhibition of Amazon Deforestation and Fire by Parks and Indigenous Lands. Conservation Biology 20:65-73.

*Schwartzman, Stephan and Barbara Zimmerman 2005. Conservation Alliances with Amerindian Peoples in the Amazon. Conservation Biology 19:1-7.

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Parte III: Povos Indígenas na Amazônia: os Kayapó
Esta parte do curso será ministrada na aldeia A´Ukre. Instrutores: Laura Zanotti e Diego Soares

Chernela, Janet 2005. The Art of Listening: Collaboration between International Environmental NGOs and Indigenous Peoples in the Amazon Basin of Brazil. WorldWatch January/February.

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*Zanotti, Laura (2009). Economic Diversification and Sustainable Development: The Role Non-timber Forest Products Play in the Monetization of Kayapó Livelihoods. Journal of Ecological Anthropology 13:26-41

*Zanotti, Laura and Janet Chernela. (2008). Conflicting Cultures of Nature: Ecotourism, Education and the Kayapó of the Brazilian Amazon. Tourism Geographies 10:495-521.

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*Zimmerman, Barbara 2009. Beauty, Power, and Conservation in Southeast Amazon: How Traditional Social Organization of the Kayapo leads to Forest Protection. Natural Resource Management.

Leituras recomendadas para projetos individuais

Manejo dos recursos naturais pelos Kayapó

Anderson, Anthony B. and D. A. Posey. 1985. “Manejo de cerrado pelos indios Kayapó.”Boletin Museu Paraense Emilio Goeldi, Botanica. 2(1):77-98.

**Hecht, S. 2008. "Kayapó Savanna Management: Fire, Soils, and Forest Islands in a Threatened Biome," in Amazonian Dark Earths: Wim Sombroek's Vision. Edited by W. G. T. William I. Woods, Johannes Lehmann, Christoph Steiner, Antoinette WinklerPrins and Lilian Rebellato. Netherlands: Springer.

**Peres, C., and Nascimento, H. 2006. Impact of Game Hunting by the Kayapó of southeastern Amazonia: implications for wildlife conservation in tropical indigenous reserves. Biodiversity and Conservation 15(8):2627-2653.

Parker, E. 1992. “Forest islands and Kayapó resource management in Amazonia: A reappraisal of the Apete.” American Anthropologist. 94(2):406-428.

Posey, Darrell. 1982. "Keepers of the Forest." New York Botanical Garden Magazine. 6(1):18-24
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Antropologia Ambiental na Amazônia

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Little, P. E. 1999. Political Ecology as Ethnography: The Case of Ecuador's Aguarico River Basin. Série Antropologia 258.

*Turner, Terence. 1995. An indigenous people's struggle for socially equitable and ecologically sustainable production: the Kayapo revolt against extractivism. Journal of Latim American Anthropology 1:98-121.

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