As "máquinas sociais pré-capitalistas" codificam os fluxos de desejo (185). Elas têm os homens como peças. "A máquina social primitiva codifica os fluxos, investe os órgãos, marca os corpos, que são da terra. A essência do socius registrador, inscritor, enquanto atribui a si próprio as forças produtivas e distribui os agentes de produção, consiste nisso: tatuar, recortar, escarificar, mutilar, cercar, iniciar" (191). Ver mais sobre a inscrita corporal nas páginas 249-250.
"A máquina territorial é a primeira forma de socius, a máquina de inscrição primitiva, 'megamáquina' que cobre um campo social" (187).
"A noção de territorialidade só é ambígua aparentemente", quando entendida como princípio de residência ou de repartição geográfica: "é evidente que a máquina social primitiva não é territorial" (pelo menos não nesse sentido) (194). Ver, por exemplo, o parentesco como forma de territorialidade que envolve uma independência entre a distribuição das pessoas e a sua relação com o território (200). Outros exemplos fornecidos pelos autores são as diferentes instâncias de "representação territorial" nas sociedades indígenas.
A "máquina segmentária" é citada como um exemplo de máquina territorial primitiva (202-3). "A máquina territorial segmentária esconjura a fusão pela cisão, e impede a concentração de poder mantendo os órgãos de chefia numa relação de impotência para o grupo" (203-4). Ver também sobre as famílias nas sociedades primitivas nas páginas 221 e 231.
Sociedades primitivas não são 'sem história', mas possuem outra forma de historicidade (201).
Terra: "unidade primitiva, selvagem, do desejo e da produção é a terra. (...) Ela é a superfície sobre a qual se inscreve todo processo de produção, sobre a qual são registrados os objetos, os meios e as forças de trabalho, sobre a qual se distribuem os agentes e os produtos" (187).
O Anti-Édipo, Capítulo III (Selvagens, Bárbaros e Civilizados), Deleuze e Guattari
Anotações Livres
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