sábado, 23 de outubro de 2010

A bolinha de papel e o autoritarismo da Rede Globo

O que mais me revolta com a parcialidade do jornalismo “Rede Globo” é o seu editorial, elaborado a partir do pressuposto de que o seu telespectador é burro ou idiota. Pelo menos foi assim que eu me senti diante da forma como os jornalistas dessa rede de televisão apresentaram a cena do suposto “ataque” ao Serra. Outras centrais de jornalismo já haviam denunciado a farsa, mas a Globo resolveu insistir na mentira. E o pior é que buscou legitimar o seu erro a partir de imagens feitas com um celular! É claro que o uso de um perito (da casa) para comentar imagens borradas deu um tom de verdade à notícia que, de outra forma, seria mais hilária do que propriamente jornalística. As imagens de celular eram péssimas. Não havia como identificar o tal objeto que aparece na cena, que poderia, inclusive, ser perfeitamente outra bolinha de papel. Todos tivemos a oportunidade de averiguar por conta própria a inexistência de marcas físicas ou qualquer outro indício de que Serra teria sido agredido por algum objeto diferente de uma simples bolinha de papel. O fato é que, segundos após a suposta agressão, a sua careca estava completamente intacta! Não havia sequer uma única marca que denunciasse o impacto do tal objeto fictício que os jornalistas da globo tentaram de todas as formas transformar em verdade. Manipular desta forma a notícia, principalmente em época de eleição, tem se tornado uma atividade cotidiana no telejornalismo desta emissora de televisão.

Foi exatamente devido a este tipo de manipulação que o Lula não se elegeu presidente, em 1989, quando a Globo apoiou e fez de tudo para eleger Collor o primeiro presidente do país. Mas a maior irônia veio alguns anos depois, quando a mesma emissora transmitiu com certa demagogia o movimento dos “caras pintadas” e tirou o maior proveito possível do momento político que o seu antigo aliado estava vivendo. Esse é o problema com a rede globo: a sua total falta de ética.

O mesmo ocorre com a questão da censura. Afinal, a rede globo conviveu perfeitamente com o regime militar. E agora se apresenta ao público como suposta vítima de censura toda vez que se fala em alguma forma de controle social (e democrático) da mídia no Brasil, um direito constitucional de todos os brasileiros. Apesar de ter sido uma das principais beneficiadas com o contexto de censura da década de 1970, a rede globo usa (de forma hipócrita) esse período para impedir qualquer forma de regulamentação do uso do poder da mídia no Brasil.

Com isso, quem continua perdendo é o povo brasileiro, que vai continuar sendo vítima do
(ab)uso autoritário dos meios de comunicação no Brasil.

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