segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Porque a candidatura de Marina Silva é um evento único na política nacional?

Primeiro, devido a sua trajetória de vida, que a coloca lado a lado com os povos indígenas, comunidades amazônicas e ambientalistas que sempre estiveram conectados com o discurso socioambiental. Marina esteve ao lado de Chico Mendes, participou do movimento de base no Acre, da formação do Partido dos Trabalhadores, enfim, de inúmeros movimentos políticos diretamente ligados à temática ambiental e aos direitos humanos. A sua força política retira seu embasamento da prática concreta, do cotidiano de luta ao lado dos povos que representam o que ela sempre acreditou. Essa qualidade faz com que a sua candidatura seja a mais sensata em meio ao mar desenvolvimentista. O seu lado humano a torna diferente de seus colegas tecnocratas (Dilma e Serra), pois a sua proposta de governo surge da idéia de que precisamos de uma mudança na forma de fazer política. Precisamos de uma política governamental que leve em conta fenômenos como a crise ambiental e o aquecimento global na agenda de governo e que defenda os interesses das populações tradicionais e indígenas que conhecem e vivem a floresta de outra forma: não como um objeto meramente utilitário, mas como uma fonte que alimenta o pensamento.


Segundo, a campanha política de Marina foi organizada da forma mais descentralizada possível e conta com a participação direta e indireta de seus próprios eleitores. O “O Movimento Marina Silva” está distribuído e organizado em forma de redes (virtuais ou reais) que possuem uma autonomia relativa na hora de planejar ações e reações. Trata-se de um movimento aberto para a participação de todos, não somente dos partidários, mas também de pessoas que apesar de serem apartidárias, acreditam na possibilidade de construir uma nova forma de fazer e pensar a política.

Terceiro, a intervenção de Marina em eventos políticos tem sido marcada pela boa poesia. Marina também sabe transformar suas propostas políticas em sentimento poético. Há muito tempo que a política brasileira precisa de poesia: para libertar a alma da ganância e da corrupção.

Viva Marina e sua poesia do dia a dia. Cenas cotidianas transformadas em sentimento estético, ético, poético.

Conforme dizia outro grande poeta do cotidiano: “a poesia não é de quem faz, é de quem precisa”. Sim, Marina, nós precisamos de boa poesia nessas eleições!

Sou o arco, sou a flecha.
Sou todo em metades.
Sou as partes que se mesclam
Nos propósitos e nas vontades

Sou o arco por primeiro,
Sou a flecha por segundo,
Sou a flecha por primeiro,
Sou o arco por segundo

Buscai o melhor de mim
E terás o melhor de mim.
Darei o melhor de mim
Onde precisar o mundo.

                     Marina Silva (Poeta, Professora, Senadora e Candidata à Presidência da República)

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