sexta-feira, 9 de julho de 2010

Programação do GT 23: Conhecimento, criatividade e os efeitos dos direitos culturais e intelectuais entre povos amazônicos (XVII RBA, agosto de 2010)

CoordenadorasEdilene Coffaci de Lima e Marcela Coelho de Souza
Debatedora Manuela Carneiro da Cunha

02 de agosto, 8h30 ao meio-dia
Sessão 1: Conhecimentos tradicionais: sobre autoria e autoridades

1. Dominique Tilklin Gallois, Donos, detentores e usuários da arte kusiwa
2. Joana Cabral de Oliveira, “Vocês sabem por que vocês viram!”: Discursos sobre a autoridade do conhecimento
3. Pedro Niemeyer Cesarino, Considerações sobre os processos de tradução e circulação das artes verbais marubo (Pano)
4. Marcela Coelho de Souza, A pintura esquecida e o desenho roubado: contrato, troca e criatividade entre os Kisedje
5. Maria Denise F. Grupioni, Dar a César o que é de César: será isso possível no universo da arte indígena?
6. Guilherme Moura Fagundes (painel): As “invenções” do murmuru e a economia dos pronomes possessivos: conhecimentos tradicionais entre os Ashaninka e seus outros

03 de agosto, 8h30 ao meio-dia
Sessão 2: Conhecimentos tradicionais: como, por que, de quem e para quem

1. Luciana Gonçalves de Carvalho, Conhecimentos tradicionais, mercado e drama social no Ver-o-Peso
2. Diego Soares, Conselho de Gestão do Patrimônio Genético: hibridismo, tradução e agência compósita
3. Jocilene Gomes da Cruz, Propriedade de Saberes e afirmação da Identidade Étnica: interlocuções sobre marcos legais de proteção dos Conhecimentos Tradicionais
4. Artionka Capiberibe, "Ponte entre Povos": entendimentos e desentendimentos em um projeto músico-cultural
5. Priscila Matta, De quem é esse conhecimento? Reflexões a partir do processo de regularização do acesso ao óleo de buriti entre comunidades locais de um município no Piauí
6. Bárbara Arisi, Os Matis – a economia da "cultura" com jornalistas, turistas e pesquisadores no mercado

04 de agosto, 8h30 ao meio-dia
Sessão 3: Conceituações e transformações

1. Geraldo Andrello e Ana Gita de Oliveira, A variação de usos da noção de cultura em dois momentos da história recente do alto rio Negro
2. Edilene Coffaci de Lima, "A gente é que sabe": apropriações, trocas e transformações no kampô katukina
3. Edmundo Marcelo Mendes Pereira, Palavra de Coca e de Tabaco como “conhecimento tradicional”: ritual, política e desenvolvimento entre os Uitoto-murui (Colômbia)
4. Valéria Macedo, Dos cantos para o mundo
5. Paulo Roberto H. Góes, A “cultura”, os especialistas e os especialistas em “cultura”: notas sobre políticas interétnicas Katukina/Pano
6. Rafael Barbi (painel), A Cultura e o Segredo: diferença e cosmologia entre os Xakriabá de São João das Missões

Dinâmicas de Cidadania: abordagens etnográficas sobre a diversidade

Aproveiro para divulgar aqui lançamento de Coletânia na próxima RBA, em Belém, uma iniciativa do Núcleo de Antropologia e Cidadania (NACI/URFGS) e seus colaboradores:

Dinâmicas de Cidadania: abordagens etnográficas sobre a diversidade
Cíntia Beatriz Müller e Miriam de Fátima Chagas - Organizadoras

Parte I - A antropologia frente aos desafios dos direitos socioculturais

Cidadanias e liberdades no Sul do Brasil nas décadas finais do século XIX
Rodrigo de Azevedo Weimer

Movimento afrodescendente na Argentina no contexto pós-Durban: redefinições de sujeitos políticos
Laura López

Na fronteira das classificações raciais: entre a diferença e a desigualdade no Sistema de Justiça
a partir de um caso de estupro
Miriam Steffen Vieira

“Viu, como nego tem direito!” O pleito etno-racial e político de comunidades quilombolas no Sul do Brasil
Vera Rodrigues

Emergência de etnicidade: dos territórios negros aos “quilombos urbanos”
Ana Paula Comin de Carvalho

A “parentalidade” como constituinte do território em rede: perspectivas de construção de um sujeito coletivo de direitos
Cíntia Beatriz Müller

Parte II - Entre a aventura e a desventura antropológica

Antropologia em segredo: considerações tardias sobre um estudo etnográfico em um reassentamento de atingidos por barragem
Antonádia Borges

Perspectivas contemporâneas sobre a construção do texto etnográfico: antropologia e extensão rural
Diego Soares

Queridos corridos: uma experiência etnográfica entre os índios Kadiwéu
Lisiane Koller Lecznieski

Antropologia em “movimento”: lançando olhares sobre a auto-reflexividade etnográfica
Miriam de Fátima Chagas

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Nova versão de Macunaíma: o torcedor sem nenhum caráter

Enquanto os argentinos foram recebidos com solidariedade pela sua torcida – apesar da histórica derrota para a Alemanha por 4X0 – os nossos jogadores e a equipe técnica receberam uma “acolhida” nada agradável dos torcedores e da mídia. Por que será? É nesses momentos que consigo perceber com clareza que a falta de ética não é apenas uma falha dos nossos políticos. Temos muito que apreender com os nossos vizinhos latino-americanos: apreender a perder com dignidade; apreender a ser brasileiro até mesmo nos momentos difíceis. Mas, num contexto em que todo e qualquer patriotismo é percebido como idiotice sem sentido, o que fazer com o Brasil? E ainda existem alguns mentecaptos que dizem que a diferença, em termos de carisma, entre Maradona e Dunga ou entre a seleção argentina e a brasileira explicaria a diferença de recepção das torcidas. Sinceramente, não acho que Maradona seja assim tão “querido” pelos argentinos, pois antes de ir para a Copa ele quase foi removido do cargo. A diferença também não está na qualidade das duas seleções. Afinal, o Brasil fez belas partidas na copa, como os 3X1 contra a Costa do Marfim e os 3X0 contra o Chile, conseguindo se classificar em primeiro num grupo nada fácil. Além do mais, a derrota para a Holanda foi definida nos detalhes. Já a Argentina levou goleada da Alemanha... Agora, imaginem se fosse o Brasil que tivesse levado essa goleada? Como seria a recepção da torcida brasileira?

A dura verdade é que nós, brasileiros, não sabemos perder! Temos a prepotência de achar que é obrigação da seleção vencer todos os jogos. Pior do que isso, não basta vencer, tem que jogar bonito, dar show e de preferência desmoralizar o time adversário. Tudo bem, essa é a vontade de todo bom torcedor. O problema é quando essa vontade deixa de ser uma expectativa emotiva e passa a ser uma exigência totalitária. O problema é quando não aceitamos a derrota como um elemento inevitável e não conseguimos nos sensibilizar diante da aflição e tristeza dos nossos jogadores, no seu silecioso retorno pra casa.

Desse tipo de fanatismo, surgem outros derivativos. Quando vencemos, a vitória é sempre o resultado da nossa capacidade; quando perdemos, a nossa derrota não é mérito dos nossos adversários, mas da má atuação deste ou daquele jogador ou técnico eleito como “culpado”. Isso pressupõe uma assimetria entre os nossos jogadores e os demais, como se os primeiros fossem obrigados a vencer por serem melhores. Atitude coletiva tão expressiva que deveria ser analisada do ponto de vista psicanalítico.    

E o pior mesmo é ver que a mídia, ao invés de desempenhar o seu papel social, acaba incentivando esse tipo de comportamento. Conforme foi possível acompanhar nos últimos dias, além de não receberem bem os nossos jogadores, muitos jornalistas amargurados buscaram logo identificar os “culpados” pela derrota e levá-los ao julgamento em praça pública. Por outro lado, muitos torcedores incoerentes chegaram a ir até o aeroporto para agredir os jogadores... E eu fico me perguntando onde está a ética nessa atitude? No momento em que os jogadores e o técnico que estavam representando o nosso país mais precisaram do nosso apoio, o que é que nós fizemos? Viramos as costas ao invés de estender a mão e se solidarizar com a dor da derrota. Afinal, alguém tem alguma dúvida de que todos os membros da seleção gostariam de retornar vitoriosos para o Brasil? Não seria muito mais emocionante percorrer as avenidas das nossas cidades e receber os calorosos abraços de milhões de torcedores? Qual ser humano não se sensibiliza com a possibilidade épica de se tornar um herói? Basta ver nos olhos dos jogadores da seleção "Dunga" que a derrota irá marcar suas almas pelo resto de suas vidas. Alguns deles ainda vão retornar ao palco onde brilharam por algumas partidas, outros, os mais velhos, provavelmente terão que assistir o espetáculo nas arquibancadas. Todos eles sabem que perderam uma grande oportunidade, assim como tantos outros jogadores que voltaram para casa decepcionados.

Que espírito solidário é esse? Até mesmo a Itália, que foi desclassificada na primeira fase da competição, teve uma acolhida melhor ao voltar para casa. Até mesmo a pobre Coréia do Norte, que foi o time que mais tomou gol neste campeonato, teve uma recepção mais digna do que os nossos jogadores. O que resta aos sul-africanos, que apesar de sediarem a Copa, não conseguiram passar da primeira fase? A sua torcida soube reconhecer o seu esforço e deu o apoio que eles precisavam.  

Já é notório que o futebol é um esporte onde o “acaso” ou a “sorte/azar” tem influência no resultado final do jogo, ainda mais com uma bola como a Jabulani ou com juízes do nível dos que se apresentaram nesta copa. Além do mais, conforme comentei na mensagem anterior, nós não podemos ganhar todas as partidas que disputamos, pois isso vai contra o espírito esportivo. A verdade é que o torcedor brasileiro tem um comportamento infantil diante da derrota e tem o apoio de boa parte da mídia. Por outro lado, esse fenômeno reflete claramente que o povo brasileiro ainda precisa superar o “trauma colonial” para se pensar enquanto “Nação”. Precisamos fazer uma psicanálise da cultura futebolística brasileira...

Será que não estamos diante de uma nova versão de Macunaíma, onde o herói é substituído pelo "torcedor sem caráter"?

O que esperar da “torcida brasileira” em ano de eleição? Será que trataremos "vencedores" e "perdedores" com a mesma lógica? Será que realmente fomos seduzidos pelo sadismo virtual do BBB?

domingo, 4 de julho de 2010

Reflexões Pós-Derrota contra a Holanda...

Na copa, como na vida, não podemos vencer sempre, pois a condição fundamental para a existência da alegria do vencedor é que haja sempre, ao seu lado, a tristeza de quem perde. Assim como o sol e a lua, o quente e o frio, e tantas outras oposições binárias, o significado da vitória está diretamente atrelado ao significado da derrota: um não existe sem o outro. Portanto, a sabedoria popular que o diga, na vida ou na copa, além de apostarmos sempre na vitória, de nos dedicarmos para vencer, precisamos também apreender a perder. Conforme um ditado familiar: o que dignifica um homem não é o que acontece com ele durante a sua trajetória de vida, mas é o que ele faz com o que acontece com ele. O valor humano está exatamente na forma como abordamos tanto a felicidade como a infelicidade, a vitória ou a tragédia. Todo aquele que já caiu sabe muito bem o sabor de se levantar novamente. Todo aquele que já viveu sabe que a vida é uma montanha russa e retira daí a óbvia conclusão que a felicidade é sempre momentânea e que a sabedoria consiste em apreender a viver com essa verdade universal: no jogo, como na vida, a vitória produz a derrota como um resultado inevitável. Por outro lado, para que tanto a vida como o jogo sejam emocionantes é preciso que exista certa alternância entre perdedor e vencedor, caso contrário, a dialética da existência perde toda a sua emoção.Conforme diz outro velho ditado popular: existe o dia da caça e o dia do caçador.

Mas, a verdade é que nós torcedores brasileiros gostamos de achar que a vitória é uma obrigação, mais do que isso, costumamos dizer que não basta vencer, exigimos dos jogadores um show. Por isso, inclusive, quando o Brasil ganha, não procuramos culpados no time derrotado, acreditamos que a vitória é sempre um efeito inevitável da nossa superioridade futebolística: quando o Brasil ganha é por que o Brasil foi melhor. Por outro lado, o problema nessa lógica é que a derrota brasileira é percebida sempre como o resultado da falha do técnico ou deste ou daquele jogador. Nunca achamos que a derrota da seleção foi ocasionada pela capacidade do time adversário em vencer a partida. Desta vez não poderia ser diferente, mal a nossa seleção foi eliminada e a mídia – sempre disposta a explorar ao máximo as nossas fraquezas morais – logo saiu em busca de um culpado pela derrota, alguém que pudesse ser crucificado em praça pública. Desta vez, foram duas as vítimas eleitas como "culpadas" pela eliminação da seleção da Copa do Mundo: o Dunga por uma questão de vingança da classe jornalística; o Felipe Melo pela sua falta de maturidade. E neste caso, os números e as projeções já não fazem nenhuma diferença: não importa como foi a trajetória de vitórias do Dunga na seleção, não importa se foi o Felipe Melo que deu o passe para o Robinho fazer o gol contra a Holanda. Eles precisam de um culpado para crucificar e, desta forma, exorcizar o mal da derrota. A verdade é que, infelizmente, pelo menos no futebol, ainda não apreendemos a conviver com a tragédia.

Mas, por outro lado, não podemos deixar de notar que esta Copa vem apontando para uma sensível mudança na cultura futebolística dos brasileiros, pois não foram poucos telespectadores que expressaram a sua discordância com o comportamento abutre da nossa mídia: basta ver os movimentos de “Cala a Boca” que invadiram a internet. Ao que parece, o povo já não está mais tolerando a atitude ditatorial dos meios de comunicação, que além de serem os nossos “olhos”, também querem comandar as nossas almas.

Diferentemente do que pregam por aí alguns jornalistas mal intencionados, não acredito que a derrota tenha sido o reflexo da atitude deste ou daquele jogador e muito menos do técnico. Foram diversos os fatores que levaram à eliminação. A principal razão é muito simples: a Holanda teve mais sorte nos momentos decisivos e jogou melhor no segundo tempo. Outro fator foi a condição física dos nossos principais jogadores. Kaká já chegou “em recuperação” e estava melhorando sensivelmente partida após partida, mas a verdade é que ele não estava na sua melhor forma. Havia, portanto, desde o início, essa falha “estrutural” na seleção: a ligação entre a defesa e o ataque estava prejudicada. Dunga procurou resolver esse problema de diversas formas. Durante a Copa do Mundo, ele apostou em Elano, que apresentou um excelente futebol até ficar lesionado. Contra o Chile foi a vez de Ramirez mostrar seu trabalho. Mas contra a Holanda nenhum desses dois jogadores estava disponível. Claro que, neste caso, também faltou opções no banco de reserva. Talvez se Dunga tivesse levado o Ronaldinho Gaúcho ou até mesmo o Ganso teríamos maiores possibilidades para reverter os 2X1 contra a Holanda. Mas, enfim, quem estava no comando achou que essa não era a melhor opção. A verdade é que Dunga optou por formar um “coletivo” e não um grupo composto pela simples soma de indivíduos. A sua entrevista na ocasião da última convocação deixou isso bem claro: para o nosso treinador a seleção é um patrimônio nacional e deve ser tratada com respeito. É claro que esse patriotismo nunca foi bem visto pela geração Cola-Cola e pela Mídia, que não possui nacionalidade nenhuma e cuja única preocupação é explorar ao máximo as sensações humanas, sejam elas de tristeza ou de felicidade. Para uma mídia que foi formatada durante os duros tempos de ditadura militar, a função social dos meios de comunicação é apenas um preceito constitucional que, como tantos outros da nossa “Constituição Cidadã”, deveria ser distorcido ao máximo sob a lógica do capitalismo a qualquer custo. Para esses jornalistas que se apressam em eleger os culpados pela derrota da seleção não existe parâmetro ético: tudo é válido! O que importa mesmo é vender a notícia!

Sobre a derrota contra a Holanda, só posso dizer que a Copa do Mundo é uma competição breve que se decide nos detalhes. O Brasil esteve muito melhor no primeiro tempo e poderia ter marcado, no mínimo, mais um gol, mas não conseguimos aproveitar as poucas oportunidades que tivemos, algumas delas por alguns centímetros de distância. Naqueles primeiros 45 minutos de jogo, todos nós, torcedores, passamos a acreditar que era possível ser hexacampeão! A seleção apresentou o seu melhor futebol durante a competição e, por alguns minutos, tudo parecia possível! Mas, infelizmente,o gol não saiu e o segundo tempo foi um total desastre. A Holanda voltou para o campo mais preparada, jogou bem, mostrou que estava decidida a não sair da competição. O fato é que os jogadores "laranjas" têm qualidade, sabem jogar sob pressão, além de possuírem excelentes atacantes e sorte nos momentos decisivos. A seleção, por outro lado, baixou demais a guarda logo no início do segundo tempo e acabou levando o gol de empate. Bom, aí começaram os problemas para o Brasil. Primeiro, os jogadores não tiveram a capacidade de jogar sob pressão. A Holanda, com a frieza comum aos europeus do norte, soube aproveitar a fraqueza emocional dos jogadores brasileiros e foi pra cima até fazer o segundo gol. Nesse momento, era a hora do Dunga agir, tentar fazer alguma coisa, colocar o Nilmar, sei lá, mexer no seu esquema tático, enfim, colocar em prática o seu plano “b”. Mas a reação do Dunga foi muito demorada, talvez por que ele estivesse horrorizado diante do que estava acontecendo, talvez por que ele estivesse preocupado com o seu futuro. Afinal, não podemos desvalorizar o horror que o crucificado sente ao ver o peso da cruz que terá que carregar. Diante do conflito aberto com a mídia, não fica difícil imaginarmos o filme que passou pela cabeça do Dunga durante os últimos 20 minutos de partida. Já o pecado de Felipe Melo foi muito menor. A culpa desse jogador foi o excesso de dedicação e a sua atitude precipitada e imatura colocou abaixo as poucas esperanças que ainda restavam à seleção. Mas, será que detalhes que ocorreram num universo de alguns minutos e num contexto de total pressão psicológica são suficientes para transformarmos esses dois personagens em culpados? Talvez para um povo tão cristão como o brasileiro seja difícil lidar com a tragédia e superar os momentos de perplexidade sem recorrer ao arquétipo do sacrifício: assim que a partida acabou, a mídia sensacionalista correu para apontar – como Judas fez com Jesus Cristo – a identidade do culpado.

Mas se a seleção é culpada por ficar entre os oito melhores times do mundo, o que resta às seleções da França e da Itália ou até mesmo dos países africanos que estavam sediando a copa? Melhor do que isso, o que restará à torcida da Argentina depois de uma histórica goleada da Alemanha? E o que restará aos pobres jogadores da Coréia do Norte ou da Nigéria? O campo de concentração? Quando é que vamos apreender que apesar da vitória ser um bem almejado por todos também existe certa "doçura" na derrota? Toda narrativa épica valoriza igualmente vencedor e perdedor e não poderia ser diferente numa Copa do Mundo... Mas, afinal, vivemos em tempos de capitalismo, onde aos vencedores cabe a glória e aos perdedores, as batatas!

Para finalizar, só posso dizer que sou Uruguai desde criançinha! Pois acho que será mais um desses infortúnios colonialistas se um time europeu vencer a primeira copa do continente africano. Torci muito para Gana ser finalista, mas diante da atual conjuntura, o tricampeonato Uruguaio me parece ser a única conclusão coerente para uma copa tão maluca como foi a Jabulani!
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